Quem sou...
 

 

 

 

 

Nasci na cidade de Palmital, estado de São Paulo, na noite chuvosa de dezoito de outubro às duas horas da madrugada. Daí com certeza, viria meu gosto pela chuva, pela noite e pelas coisas da terra. Lá meu pai tinha um pedaço de terra na chamado "Água da Espanholada". Aos cinco anos e meio viemos para a Capital e fixamos residência no bairro do Ipiranga. Ao completar seis fui para a primeira escola tendo por carteira o banco de uma igrejinha e por assento os calcanhares.

Após alguns meses mudamos para Osasco, pois o sócio de meu pai numa casa de aves fugiu à noite com toda a grana e as esperanças de um Natal gordo. Passei a infância, estudando, brincando de "taco", jogando bolinhas de gude com os primos, soltando pipas, jogando "cinco Marias", costurando roupinhas de bonecas, lendo Monteiro Lobato, Jorge Amado, Érico Veríssimo e os poemas de J.G.de Araújo Jorge. Na adolescência, as páginas de meus cadernos estavam cheias de quadrinhas e desenhos coloridos, então me apaixonei por Vinícius de Morais.

Quando ia à Biblioteca, a  saudosa Biblioteca Pública Monteiro Lobato, fazer os trabalhos escolares me esquecia das horas devorando romances, enciclopédias de História antiga e livros de poesias. Era comum encontrar no rodapé de meus trabalhos, após as correções, a advertência: "Excessiva capacidade de síntese". Eu fazia os trabalhos depressa para sobrar tempo e devorar os livros. Aquela biblioteca para mim era um pedaço do Paraíso, se pudesse, permaneceria em suas dependências 24 horas por dia.

Fui obrigada por minha mãe a fazer o Curso Normal, para ela eu conseguir ser professora primária já seria um grande avanço, pois não acreditava que eu tivesse capacidade para uma faculdade. Não obstante, sem o conhecimento dela, fiz o vestibular na faculdade de Belas Artes de São Paulo e lá me formei em Desenho e Artes Plásticas e Educação Artística. Posteriormente, ao descobrir incidentalmente que tinha facilidade com os cálculos, fiz Matemática e para completar, Pedagogia. Freqüentei inúmeros cursos de extensão universitária no campo das ciências humanas, exatas e artísticas, o conhecimento sempre me atraiu mais do que vitrines de roupas e sapatos.

Meu primeiro emprego foi no Bradesco, Cidade de Deus, a princípio como perfuradora, depois como digitadora IBM. Em 1972 deixei o emprego no Banco para seguir carreira no Magistério. Trabalhei em inúmeras escolas públicas e particulares até 1984. Em 1985 fundei o NACNE-Núcleo de Arte e Cultura Nova Era, passando a promover as artes plásticas a nível nacional e internacional. Em 1991 tornei-me mãe e a paixão por meu filho, a certeza de que era melhor forma de acompanhar seu crescimento e educação, foi decisiva para seu retorno ao magistério.

Aos 24 anos, após a perda de um ex-namorado num grave acidente, passei a freqüentar  sessões espíritas, pois mesmo antes de tomar conhecimento de sua morte sentia sua presença a meu lado.  Ao longo dos anos pude acompanhar sua recuperação no plano espiritual e lapidar minha sensibilidade mediúnica. Fui também membro ativo da Igreja Messiânica Mundial do Brasil desde 1976, jamais deixando de freqüentar as reuniões espíritas por entender que uma completava a outra. Pude conhecer a filosofia oriental e de perto o Japão; seus hábitos e costumes me encantaram.

A angústia, solidão e desventuras amorosas eu desabafava em poemas nas madrugadas insones, dom que herdei de meu pai também amante das rimas e versos. Publiquei em 1989 o  livro de poesias, Cantos e Desencantos  e os  Catálogo Brasileiro das Artes Plásticas edições 1995 e 1997. Como artista plástica, tenho inúmeros trabalhos em acervos particulares de colecionadores no Brasil e Exterior. Infelizmente nas inúmeras mudanças os registros e fotos destas obras e respectivos compradores se extraviaram. Volta e meia acabo recebendo mensagens de um ou outro.

Em meados e final dos anos oitenta pintei uma série de nus. Foram trabalhos encomendados por homens que me traziam revistas masculinas e detalhavam o que desejavam nas pinturas. Foi uma série de inúmeras  louras, morenas, ruivas, mulatas e orientais com seios volumosos e poses eróticas.  Com a renda destes trabalhos, que fazia na calada da noite, consegui manter em dia as contas do NACNE. O combinado com esses compradores era não assinar as telas, portanto, somente eu conseguiria reconhece-las novamente, mas nunca mais soube onde ou com quem estão. Este trabalho me rendeu um bom dinheiro, mas também situações constrangedoras com falsos moralistas. Muitos destes tiraram conclusões descabidas ao encontrarem no porta-malas do meu carro ou meu apartamento, as revistas masculinas que me eram levadas como modelo dos desejos dos compradores. Mas a maioria dos meus trabalhos em tela foram pautados em inspirações cósmicas, eu tentei reproduzir minhas visões, mas sem muito sucesso, pois as cores e formas vistas em outros planos não existem no nosso.

Escrevi sob a inspiração de seus guias espirituais: "A sacerdotisa da Esperança" , publicado pela Editora do Conhecimento - Limeira/SP e lançado na Bienal do Livro 2006 e "Almas Gêmeas on-line"publicado pela Mundo Maior Editora da Fundação Espírita André Luiz, Corações rebeldes, pela Editora Pórtia . Por último o livro de autoajuda Ensaio de Mãe.

Continuo trabalhando como professora, hoje na Prefeitura de São Paulo e preparando meu quarto romance...